quinta-feira, 19 de maio de 2011

Resenha - Apátrida, Ana Paula Bergamasco

O que eu posso dizer de Apátrida, se não que é uma história maravilhosa e arrebatadora? Desde o primeiro momento me apaixonei por ela. É tão bem escrita e direcionada, que eu nem me dei conta do tempo e passei horas – tantas quantas meu escasso tempo permiti - lendo e saboreando a história da Irena, um dos personagens mais fortes que “conheci”. A Irena é determinada, sagaz, leal, mãe, e, acima de tudo: real, assim como sua história, que é tão semelhante à de tantas pessoas que passaram por essa época macabra, que foi o século XX, e ainda hoje passam, em alguns lugares da África e tantos outros escondidos pela mídia.

O livro é incrível, lindo, triste, viciante; é o tipo de história que não dá para deixar de ler. O que mais chama atenção, do meu ponto de vista, é a forma madura como a Ana Paula mescla a Segunda Grande Guerra com outras rivalidades passadas e recentes, usando inúmeras frases de efeito, mas uma ficou especificamente cravada em mim: “ Às vezes penso, o que será de nós, pobres humanos, quando os nossos algozes somos nós mesmo?”.

A narrativa é feita entre o passado e o presente, intercalando de forma deliciosa, deixando-nos, em muitas partes, curiosos quando uma situação do presente ainda não foi explicada no passado.

Os personagens são lindos e cativantes, especialmente o Rurik – marido da Irena -, que foi um dos meus preferidos. Alfons também se tornou meu queridinho, mesmo com as atrocidades que ele praticou, por mais diminutas que sejam comparando-as à de outros seguidores de Hitler e soldados Soviéticos.

Eu super recomendo mesmo o livro, principalmente para quem gosta de história, e até está em época de vestibular, como eu. Como disse, esse é um livro que você não pode deixar passar, é, sem dúvidas, mais uma obra de arte na literatura brasileira, que infelizmente não é tão valorizada, justamente pelos próprios brasileiros.

Enfim: leia!


Ps.: Queria agradecer à Ana Paula – a autora - por disponibilizar o livro, sem isso, com certeza, eu dificilmente teria oportunidade de ler.